Enquanto aguardo resposta da Diretoria de Recursos Humanos da Câmara Federal sobre o imbróglio criado pelo deputado Ratinho Júnior, vou aproveitar para falar da minha indignação enquanto cidadão, e como jornalista frustrado pela falta de consciência profissional e ética da imprensa e das autoridades, sem nenhuma exceção, que atuam no caso da menina Isabella que teve morte de forma estúpida, independente de quem a tenha matado e depois jogado seu corpo do alto de um edifício em São Paulo.
Enquanto se esperava equilíbrio e parcimônia da Polícia, ou melhor das delegadas, que atuam no caso, e do promotor e um juiz do Tribunal de Justiça de São Paulo, que julga os pedidos de habeas-corpus dos acusados, tivemos um pré-julgamento do pai e da madrasta da menina, numa enxurrada de depoimentos e conclusões precipitados (até agora não se conhece o resultado oficial da perícia), que mais parecem um programa de televisão tipo “Show de Estrelas”, onde cada um disputa o melhor espaço para aparecer na televisão.
A imprensa paulista, como já fez em outros casos, já escolheu quem serão os condenados e certamente, por melhor que sejam os advogados de defesa (excelentes em seus depoimentos e colocações jurídicas), e sob a pressão dos holofotes, a Polícia, com sua arrogância de quem tudo pode, e a promotoria, com sua raiva que só sabe acusar (chega a babar pelos cantos da boca), farão com que o juiz que tiver em suas mãos este caso confirme o que a mídia quer: que o casal deve ser condenado.
E tem outra coisa. Vamos ter a solução deste caso, com julgamento e condenação, em tempo recorde pois se trata de família de classe média alta e um crime nesta classe social é bom para a imprensa sensacionalista e para as autoridades (dá prestígio e até promoção). E os depoimentos de particulares que dizem ter ouvido gritos que teriam vindo do apartamento dos Nardoni. É o máximo da estupidez da imaginação que encontra guarida na imprensa e na Polícia. Tudo por um minuto de glória na mídia paulista !
Trabalhei como jornalista em jornais, rádio e televisão de São Paulo e posso afirmar que a Imprensa paulista sempre induziu a Polícia e a Justiça e neste caso não será diferente. Nem que daqui a algum tempo eles tenham que reconhecer seus erros, como aconteceu com aquela escola de uma família de japoneses de São Paulo que teve sua escola e sua vida destruídas pela imprensa, muito embora fossem inocentes na acusação que lhe faziam.
Não estou fazendo a defesa de ninguém, mas em conversa com minha advogada Amanda Pasqualini Peron e por telefone com reconhecidos juristas brasileiros, Rene Dotti, Bandeira de Melo, Hely Lopes Meireles, entre outros, fiquei sabendo que este caso deveria corre em “ Segredo de Justiça” até sua conclusão final, para não criar a síndrome do pânico nas famílias cujas madrastas ou padrastos, tenham sob sua responsabilidade crianças que não são seus filhos biológicos.
Agora temos o agravante de uma lei que tramita na Câmara federal, de autoria de uma deputada petista, (cópia de lei uruguaia) que se aprovada, vai condenar o pai que der umas palmadas ( eu disse umas palmadas) na bunda de seus filhos menores que fizerem alguma peraltice, e precisarem ser corrigidos com mais vigor.
Dá para acreditar num Brasil assim?
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