sexta-feira, 18 de julho de 2008

PF x Lula. Queda de braço mostra lado fraco do Planalto

Sem entrar no mérito da questão, concordo plenamente com a posição adotada pelo presidente do STF, ministro Gilmar Mendes, com relação ao comportamento das autoridades policiais, especialmente nos casos em que a mídia pode influenciar.

Já tivemos o caso da menina Izabel cujos pais são os principais suspeitos da sua morte, com a Polícia Civil de São Paulo dando um show típico de uma programa de calouros, transformando um caso que deveria ser “Segredo de Justíça” para evitar comoção social, num espetáculo deprimente, e hoje a mídia registra mais de uma dezena de casos iguais em vários cantos do país, transformando todo padrasto e madrasta em criminosos em potencial.

Agora, a Polícia Federal toma uma atitude classificada pelo ministro do SF como “ espetacularização”, mostrando força desnecessária, quando deveria mostrar poder de polícia sem fazer pré-julgamento, até mesmo por esta não ser a sua finalidade.

Resultado: rolou a cabeça do jovem delegado Protógenes Queiroz, dono de uma boa ficha de trabalhos na Polícia Federal, que teve mais presença na mídia do que todos os apresentadores da Rede Globo juntos, o que irritou o ministro presidente do STF, Gilmar Mendes, que mandou soltar os acusados e ainda deu o maior pito no policial.

De repente apareceu o Ministro da Justíça, Tarso Genro, que saiu em defesa do policial, ficando contra a decisão do STF. A superintendência da PF que não é boba nem nada sacou Protógenes da atividade e o mandou sair de cena, já que a imagem da instituição ficou num fogo cruzado. Agora vem Lula dizer que o delegado estava certo e que gostaria de vê-lo no cargo e no caso de novo.

Nesta verdadeira queda de braço a Nação vai ficar sabendo quem na verdade manda na Justiça deste país. Se o ministro presidente do STF, ou o presidente Lula. Como se sabe, existe, ou deve existir, uma independência absoluta entre os poderes Executivo, Judiciário e Legislativo. Será que Lula sabe disso?

Na minha opinião, a presença e manifestação do ministro da Justiça e do presidente Lula, neste caso, mostrou o lado fraco do Palácio do Planalto que julga os fatos mais pela emoção do que pela razão.

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Ação do bafômetro não pode gerar a corrupção

Com a chegada da Lei Seca que veio tarde mas veio, os índices de acidentes no trânsito já começa a apresentar declínio nas pesquisas. Ótimo, era tudo o que queríamos. Devo confessar que senti um certo alívio. É bem verdade que dirigir automóvel embriagado sempre foi uma coisa errada e irresponsável, mas pela impunidade de então avalia tudo. Outro dia um leitor cheio de gracinha me passou um e-mail dizendo que agora era proibido dirigir automóvel bêbado, mas dirigir o país não era.
E que a lei deve ser para todos,independente do que o cidadão estiver dirigindo. Um amigo policial do meu relacionamento foi bem claro quando confidenciou o seguinte:

“Você pode até dirigir depois de beber, mas leve consigo um terço e reze durante todo o percurso para nada acontecer, pois se eu pegar o cidadão vou ser rigoroso”.

Explicou. Este policial perdeu um filho de 12 anos numa batida de carro cujo motorista infrator estava tão bêbado que não conseguia parar de pé.

Só mais uma piadinha daquele meu amigo lá no alto do texto.

“Finalmente poderemos respirar aliviados nas ruas e avenidas. Os loucos e psicopatas continuam soltos e ao volante, porém sóbrios e violentos”.

Dos males o menor.

E outra piada vem a seguir.

“E se a corrupção rolar solta com os bafômetros nas ruas, quem vai punir as partes envolvidas?”.
E eu respondo.

Amigo, estamos no Brasil e acostumados a entender que nunca conseguiremos fazer uma omelete sem ter que quebrar os, mas também entendemos que, ultimamente, nem omeletes andamos fazendo, o que nos deixa a clara sensação que quebrar os ovos não é de todo o pior, pois até para comprar os ovos temos que antes quebrar a cara.

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Eleições. Já que a Justíça não funciona, faça você mesmo a Justíça

Não me lembro de uma eleição que tenha falado tanto em candidatos com ficha criminal e conduta condenável como estas eleições que começam a ser disputadas para valer nesta semana.

Para não ser injusto apenas com os outros candidatos sito como exemplo José Custódio da Silva, e o magnifico ex-reitor da UFPR Carlos Moreira Junior.

Enquanto Custódio é acusado de se apossar de salários de funcionários (foi condenado a mais de nove anos em regime fechado mas está em liberdade sob recurso), o ex-reitor Moreira, como gosta de ser chamado nas propagandas do PMDB, tem 104 processos contra ele no Tribunal de Contas do Estado, dos quais 35 têm parecer técnico pela irregularidade na prestação de contas.

O TCE aliás, já tinha incluído o seu nome na lista negra que enviou ao TRE/PR, com nomes de agentes públicos que estariam inelegíveis, mas no mesmo dia em que a lista negra foi entregue( 05.06), Moreira obteve uma liminar no Pleno do TCE para que seu nome fosse excluído daquela famigerada lista.

Ninguém precisa perguntar de quem é o dedo que aparece neste caso.

Sob Moreira aparece a acusação de irregularidade em vários contratos por ele assinado como reitor da UFPR. O magnifico tem broncas no PCE e no TCU.

Como em nenhum dos casos a Justíça funcionou, ficou para o eleitor a decisão de escolher entre o probo, o trabalhador, o correto, o honesto, o culto, o capacitado, o líder comunitário, o de boa família, e aquele cujo nome encabeça uma extensa relação de crimes de diferentes matizes, e aparece como suspeito em outro tanto.

E não vá o leitor pensar que é só Moreira e Custódio que estão com razoável lista de problemas São muitos os que pretendem representar o povo de Curitiba, discutir a Lei de Diretrizes Orçamentárias da Cidade, votar verbas para entidades assistenciais, como se fossem homens de bem.

Desta forma, quando você receber o material de um candidato, procure saber a sua vida. Peça a ele o seu RG e o seu CPF. Com estes dois documentos você saberá quem é que está querendo ser seu representante, na Câmara Municipal ou na Prefeitura da Cidade.

Se o candidato não lhe fornecer os números daqueles documentos, com certeza é um daqueles que você deve soltar os cachorros quando ele bater à sua porta.

O amigo não precisa fazer muita força para não jogar seu voto fora. É só procurar se informar sobre quem é o cidadão, ou cidadã, que quer sua procuração para um cargo de quatro anos, com uma boa remuneração.

Votar é um ato muito sério.

Quem avisa amigo é!