Sem entrar no mérito da questão, concordo plenamente com a posição adotada pelo presidente do STF, ministro Gilmar Mendes, com relação ao comportamento das autoridades policiais, especialmente nos casos em que a mídia pode influenciar.
Já tivemos o caso da menina Izabel cujos pais são os principais suspeitos da sua morte, com a Polícia Civil de São Paulo dando um show típico de uma programa de calouros, transformando um caso que deveria ser “Segredo de Justíça” para evitar comoção social, num espetáculo deprimente, e hoje a mídia registra mais de uma dezena de casos iguais em vários cantos do país, transformando todo padrasto e madrasta em criminosos em potencial.
Agora, a Polícia Federal toma uma atitude classificada pelo ministro do SF como “ espetacularização”, mostrando força desnecessária, quando deveria mostrar poder de polícia sem fazer pré-julgamento, até mesmo por esta não ser a sua finalidade.
Resultado: rolou a cabeça do jovem delegado Protógenes Queiroz, dono de uma boa ficha de trabalhos na Polícia Federal, que teve mais presença na mídia do que todos os apresentadores da Rede Globo juntos, o que irritou o ministro presidente do STF, Gilmar Mendes, que mandou soltar os acusados e ainda deu o maior pito no policial.
De repente apareceu o Ministro da Justíça, Tarso Genro, que saiu em defesa do policial, ficando contra a decisão do STF. A superintendência da PF que não é boba nem nada sacou Protógenes da atividade e o mandou sair de cena, já que a imagem da instituição ficou num fogo cruzado. Agora vem Lula dizer que o delegado estava certo e que gostaria de vê-lo no cargo e no caso de novo.
Nesta verdadeira queda de braço a Nação vai ficar sabendo quem na verdade manda na Justiça deste país. Se o ministro presidente do STF, ou o presidente Lula. Como se sabe, existe, ou deve existir, uma independência absoluta entre os poderes Executivo, Judiciário e Legislativo. Será que Lula sabe disso?
Na minha opinião, a presença e manifestação do ministro da Justiça e do presidente Lula, neste caso, mostrou o lado fraco do Palácio do Planalto que julga os fatos mais pela emoção do que pela razão.