quinta-feira, 17 de abril de 2008

Caso Isabella virou um show de estrelas

Enquanto aguardo resposta da Diretoria de Recursos Humanos da Câmara Federal sobre o imbróglio criado pelo deputado Ratinho Júnior, vou aproveitar para falar da minha indignação enquanto cidadão, e como jornalista frustrado pela falta de consciência profissional e ética da imprensa e das autoridades, sem nenhuma exceção, que atuam no caso da menina Isabella que teve morte de forma estúpida, independente de quem a tenha matado e depois jogado seu corpo do alto de um edifício em São Paulo.

Enquanto se esperava equilíbrio e parcimônia da Polícia, ou melhor das delegadas, que atuam no caso, e do promotor e um juiz do Tribunal de Justiça de São Paulo, que julga os pedidos de habeas-corpus dos acusados, tivemos um pré-julgamento do pai e da madrasta da menina, numa enxurrada de depoimentos e conclusões precipitados (até agora não se conhece o resultado oficial da perícia), que mais parecem um programa de televisão tipo “Show de Estrelas”, onde cada um disputa o melhor espaço para aparecer na televisão.

A imprensa paulista, como já fez em outros casos, já escolheu quem serão os condenados e certamente, por melhor que sejam os advogados de defesa (excelentes em seus depoimentos e colocações jurídicas), e sob a pressão dos holofotes, a Polícia, com sua arrogância de quem tudo pode, e a promotoria, com sua raiva que só sabe acusar (chega a babar pelos cantos da boca), farão com que o juiz que tiver em suas mãos este caso confirme o que a mídia quer: que o casal deve ser condenado.

E tem outra coisa. Vamos ter a solução deste caso, com julgamento e condenação, em tempo recorde pois se trata de família de classe média alta e um crime nesta classe social é bom para a imprensa sensacionalista e para as autoridades (dá prestígio e até promoção). E os depoimentos de particulares que dizem ter ouvido gritos que teriam vindo do apartamento dos Nardoni. É o máximo da estupidez da imaginação que encontra guarida na imprensa e na Polícia. Tudo por um minuto de glória na mídia paulista !

Trabalhei como jornalista em jornais, rádio e televisão de São Paulo e posso afirmar que a Imprensa paulista sempre induziu a Polícia e a Justiça e neste caso não será diferente. Nem que daqui a algum tempo eles tenham que reconhecer seus erros, como aconteceu com aquela escola de uma família de japoneses de São Paulo que teve sua escola e sua vida destruídas pela imprensa, muito embora fossem inocentes na acusação que lhe faziam.

Não estou fazendo a defesa de ninguém, mas em conversa com minha advogada Amanda Pasqualini Peron e por telefone com reconhecidos juristas brasileiros, Rene Dotti, Bandeira de Melo, Hely Lopes Meireles, entre outros, fiquei sabendo que este caso deveria corre em “ Segredo de Justiça” até sua conclusão final, para não criar a síndrome do pânico nas famílias cujas madrastas ou padrastos, tenham sob sua responsabilidade crianças que não são seus filhos biológicos.

Agora temos o agravante de uma lei que tramita na Câmara federal, de autoria de uma deputada petista, (cópia de lei uruguaia) que se aprovada, vai condenar o pai que der umas palmadas ( eu disse umas palmadas) na bunda de seus filhos menores que fizerem alguma peraltice, e precisarem ser corrigidos com mais vigor.

Dá para acreditar num Brasil assim?

segunda-feira, 14 de abril de 2008

Ratinho Junior em apuros

Vai ficar muito difícil para o deputado federal Ratinho Junior, hoje pré-candidato a prefeito de Curitiba, explicar o “rolo” que está montado no seu gabinete, do qual não pode alegar ignorância pela evidência dos fatos.

Ademar Raimundo Marques, que trabalhou como radialista na emissora do deputado em São José dos Pinhais, recebia pelos cofre da Câmara Federal, lotado que estava como Assessor Parlamentar no gabinete de Ratinho Junior, muito embora não possuísse nem mesmo o segundo grau completo.

Ocorre que por motivos que não vale a pena discutir, Ademar foi demitido na rádio e por via de consequência teve que devolver o cargo de Assessor Parlamentar daquela Casa de Leis, já que pela emissora ele não recebia nada. Era o dinheiro do povo sendo usado para pagar empregados da iniciativa privada. E olhem que este é o primeiro mandato de Ratinho Junior como deputado federal. Imagine-se daqui uns anos quando ele tiver mais “experiência”.

Agora o rolo:
Ademar, não se sabe por inocência ou pressionado, assina uma correspondência a Diretoria de Recursos Humanos da Câmara Federal para que Edna Amorim Sobrinho, assumisse em seu lugar na Câmara Federal assim sem mais nem menos. Parece brincadeira mas a cada dia os fatos mostram que precisamos escolher a dedo um nome para se colocar num legislativo, numa prefeitura, num governo estadual e mesmo na presidência.

Meu velho pai já dizia que para conhecer o caráter de um homem bastava dar poder a ele. Ele estava mais do que certo em sua pouca cultura, mas com muita coerência e ética. O que está acontecendo no gabinete do deputado Ratinho Junior deve ir mais além do caso de Ademar, que se alguém fizer uma denúncia formal, pode causar um processo por improbidade e falta de ética parlamentar.

Uma pergunta deve estar sendo feita e para qual não tenho resposta.

O que a Diretoria de Recursos Humanos da Câmara Federal fez com aquela procuração? Encaminhou o fato à Corregedoria? Levou ao conhecimento da Presidência? Ou engavetou o processo?

Ainda esta semana prometo levantar este fato e voltarei ao assunto.