quinta-feira, 25 de junho de 2009

Coordenadores da campanha agiam com autorização de Beto

Meu velho pai já dizia que muitas vezes a derrota nos traz mais ensinamentos do que a vitória. Enquanto aquela nos aponta os erros cometidos, o brilho dos holofotes nas comemorações desta encobrem seus verdadeiros custos e impedem uma avaliação consciente.

Quando Beto Richa saiu candidato a prefeito pela segunda vez eu escrevi que não perderia a disputa por dois fatos que se destacavam.

Os concorrentes eram muito fracos e nada sabiam de Curitiba e porque a cidade estava enamorada por ele, cuja imagem era a melhor dos concorrentes e quando se está apaixonado a emoção fala mais alta do que a razão.

Sorte do Beto que o PMDB não indicou Rafael Greca para as disputas e sim um laranja de Requião, que acabou caindo do galho antes do tempo.

Com Greca o discurso era outro. Beto podia até ganhar, mas que tomaria um suador era coisa certa e nada de primeiro turno: a briga era até o apito final.

E Beto Richa ganhou com uma vantagem que não deixou dúvidas, mas aqueles números, que para os apaixonados era uma verdade, para mim estavam maquiados, pois as obras de Beto não lhe credenciavam daquela maneira tão avassaladora.

Outro fato que nos chamava a atenção era a presença nos palanques de Beto de gente que até então era de confiança de Requião, mas dizia que estavam com Beto por discordarem do governador.
E como esta gente é “expert” em sacanagem eleitoral, não demorou muito e fizeram as articulações com partidos nanicos que estavam na disputa somente por interesse financeiro, no que foram prontamente atendidos pelos coordenadores do prefeito.

E, logicamente, com o seu conhecimento e consentimento, afinal era em seu nome que estavam falando. E dinheiro não dá em árvore.

Este episódio é apenas uma lasca dos muitos que serão destacados ano que vem.

Ao lado de Beto Richa estavam, e ainda estão, muitos nomes conhecidos que já protagonizaram feitos mirabolantes, mas ainda encontram portas abertas na administração municipal, enquanto profissionais qualificados, de vida ilibada, ficam ao relento desprotegidos, tendo que buscar na iniciativa privada ganhos para sua manutenção, alguns inclusive com a pecha de incompetentes.

Em seus lugares, em suas atividades, mas não com suas competências, estão os Manasses, os Mestre Déas, as Cristianes entre outras figurinhas carimbadas de Curitiba, que eram recebidos com tratamento diferenciado, pára espanto de muita gente.

Como depois de um dia sempre vem outro nada como esperar para ver em que bicho vai dar, quando as disputas maiores chegarem.

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Caso PRTB/Beto Richa. É cobra comendo cobra!

O prefeito Bato Richa, PSDB, deve ter tido uma noite de cão no domingo para pelos fatos denunciados pelo jornal Gazeta do Povo, envolvendo “negociatas” para formação da coligação que o levou à vitória nas últimas eleições.

Enquanto escrevo este texto imagino o ambiente no Palácio 29 de Março. Não tem calmante que baixe a pressão arterial do nosso alcaide e por mais que ele tente, não dá para dizer que não sabia do que aconteceu, pois os discípulos de Manasses, até então seu secretário, tinham seus valores pagos por alguém, e este alguém, certamente, recebeu a grana de alguém muito íntimo do prefeito, já que dinheiro não dá em árvore. Até que me provem ao contrário.

E tem outra, boa parte dos envolvidos eram funcionários municipais e muitos exercendo cargo de chefia, como é o caso de Cristiane Fonseca Oliveira, que tinha cargo importante na Fundação Cultural, controlando a Feira do Largo da Ordem, hoje Chefe de Gabinete da Secretaria Municipal do Trabalho, cujo titular é o ex-vereador Jorge Bernardi, derrotado nas últimas eleições, como também Alexandre Gardolinski, Coordenador do Comitê Lealdade, que era assessor de confiança de Bernardi.

A matéria da Gazeta do Povo é completa. Os que ali aparecem tiveram suas imagens filmadas e agora que se expliquem para a justiça, pois isto na minha terra se chama corrupção; para seus familiares como é que o dinheiro apareceu nos seus bolsos. Para seus chefes não precisa porque são todos vinho da mesma pipa.

Agora eu começo a entender as razões que Jorge Bernardi não levou consigo as pessoas que trabalhavam no seu gabinete na Câmara Municipal. Ele teve que agasalhar os fiéis de Beto Richa que participaram das maracutáias que aconteceram nos bastidores das campanhas da última eleição.

O TRE/PR enquanto aguarda o desenrolar das denúncias, diz que “comprovadas captação e gastos ilícitos de recursos, para fins eleitorais, será negado diploma ao candidato, ou cassado, se já houver sido outorgado”: Trecho da Lei 9.504/1997.

Como o amanhã a Deus pertence, vamos aguarda para ver qual será o sabor da pizza que vão servir, a não ser que Roberto Requião entre em cena e diga qual o tempero ideal, pois neste caso é cobra comendo cobra...