Este dia primeiro de maio serviu de motivo, como acontece todos os anos, para que líderes classistas lotassem as principais praças das cidades brasileiras para comícios em defesa de suas categorias, pedindo mais abertura de empregos, redução na jornada de trabalho sem redução nos ganhos do trabalhador e mais flexibilização nos entraves trabalhistas que ocorrem nas esferas jurídicas nos embates entre patrões e empregados.
Para atrair o trabalhador às praças, lideranças sindicais lançaram mão de prêmios como automóveis, apartamentos, eletrodomésticos e contrataram artistas para shows, em programação que se assim não fosse, não teriam a presença dos trabalhadores que preferem ficar em casa do que ouvir discurso político.
Em Curitiba, entretanto, ao lado dos encontros das classe trabalhadoras, aconteceu uma feira de emprego na Praça Osório, centro da Cidade, onde inúmeras barracas abrigavam empresas que ofereciam oportunidade de emprego, ao lado de um grande número de escolas profissionalizantes, entre elas SESI e SENAC, que ofereciam oportunidades de qualificação profissional.
Foi fácil de observar que o foco desta programação estava voltado para os que buscam o primeiro emprego, muito embora quem tivesse uma qualificação poderia arranjar um emprego também. Até aqui tudo bem. Mas e os da chamada Terceira Idade, ou da Idade do Saber, ou ainda como dizem os demagogos, os da Melhor Idade?
Nada, absolutamente nada.
Era como se alguém acima dos 45 anos não tivesse nenhum valor,e não existisse nenhuma atividade que ele possa desenvolver, independente de sua condição física e intelectual.
Foi uma pena, pois os organizadores perderam uma boa oportunidade de se aproximarem daqueles que detèm a sabedoria da idade e a experiência da vida. Muitos chefes de família que com 50,60 ou 70 anos, muitos com formação superior, podem muito bem atuar na área de consultorias ou assessorias, quando não em supermercados ou armazéns de logísticas, no setor de conferencias de mercadorias etc.etc.
Quem pensa que um homem de idade com formação superior é um imprestável, que deve ficar em casa de chinelos assistindo a Escolinha do Requião ou Vale A Pena de Ver de Novo da Rede Globo, está muito enganado.
É nesta idade, se ele teve cuidados com sua saúde, não fuma e nem bebe, pratica esportes, que mais pode ser uma opção ao mercado de trabalho, pois já passou por muitas experiências e por ter chegado a esta idade em condições físicas consideradas excelente pelos médicos, pode ser citado como exemplo aos mais jovens.
Mas não. Ao lado de um aparato de dar inveja, que deve ter custado um montão de dinheiro, o que se viu na Praça Osório, em Curitiba, foi uma verdadeira caçada aos jovens por parte das empresas de RH, como se o mundo fosse feito somente desta faixa etária.
Não se pode negar o sucesso da iniciativa, apenas criticamos a falta de respeito pelos que tem mais de 45 anos, que na cabeça de certos administradores e líderes não têm nenhum valor, muito embora isto não seja verdade, quando sabemos que a idade média do brasileiro supera todas as expectativas mundiais.
O que se pode fazer. Para cada cabeça uma sentença!.
Tem gente que pensa que só existe presente e que o futuro não existe.
É bom lembrar que atrás de cada homem com mais de 45 anos tem sempre uma família e isto significa muito nos embates políticos que se avizinham, e que nestes casos, quem decide é o chefe da família, que por acaso, em geral, é um homem de idade.
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