segunda-feira, 6 de abril de 2009

Por que alunos desistem de matemática e ciências da computação?

Mas não é somente naqueles dois cursos que grande parte de alunos estão deixando as faculdades por insatisfação, ou pelo fato de muitos cursos não acompanharem a evolução do mercado. Turismo e hotelaria também frustram os estudantes pelo esvaziamento do mercado que preenche as oportunidades com tecnólogos.

Segundo associação nacional das universidades, cerca de 38% dos que estudavam turismo e hotelaria no país deixaram as salas de aulas em 2008 por terem chegado a conclusão que aqueles não eram os cursos que gostariam de estudar, e cerca de 28% dos que estavam nas faculdades de matemática e ciências da informática, também desertaram por não conseguirem acompanhar os ensinamentos em relação ao que acontecia no mercado de trabalho que se apresentava com tecnologia desconhecida pelas faculdades.

Destes fatos tiramos duas coisas.

Os estudantes quando deixam o ensino fundamental e ingressam nos cursinhos preparatórios, não passam por testes vocacionais para direcionar seus conhecimentos e aptidões e acabam aderindo à moda do momento; quebram a cara e furam os bolsos de seus pais. Isto para turismo e hotelaria, que além de tecnologia e muita comunicação o candidato também deve ter aparência e pelo mínimo falar duas línguas estrangeiras, inglês e espanhol por exemplo. E ter um bom português.

Já com relação a ciências da informática, de um modo geral o aluno acredita que ao entrar na faculdade vai ter um computador só para ele já no primeiro dia de aula e que será barbada, pois sua namorada e sua mãe afirmam que ele domina a máquina.

Puro engano, nos dois primeiros anos ele vai aprender de tudo, menos digitar já que ele é um aluno de ciências da informática e primeiro deve conhecer a história da informática e depois nos anos seguintes, entrar nos meandros da informática para então tentar produzir um programa para ser utilizado no mercado formal.

Os desertores da matemática deixam as salas de aula pela enorme dificuldade de assimilar as matérias, além dos elevados custos das mensalidades, também, em grande quantidade, por não terem passado por um teste vocacional.

Isto tudo vem favorecer os cursos tecnológicos, de dois anos de duração, que embora sem a qualidade de um curso universitário de quatro ou cinco anos, conseguem colocar no mercado de trabalho um razoável número de jovens.

O grande desafio é convencer as grandes empresas, algumas inclusive estatais, a aceitarem esta mão-de-obra tecnológica, o que não vem acontecendo, para desafio dos que defendem a capacitação de um tecnólogo e encontram barreira nos RHs que exigem formação de nível superior para a função oferecida.

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