sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Caso Rachel aponta duas interrogações

A morte da menina Rachel de 9 anos, cujo corpo foi colocado dentro de uma mala na rodoferroviária de Curitiba, embora se trate de crime hediondo o que é problema da Polícia, nos mostra dois aspectos que a estas altura já devem estar sendo motivos de muita reflexão.

Em primeiro lugar uma mãe, por pouco esclarecida que seja, muito menos uma professora, pode deixar uma criança de nove anos a frente de um computador quanto tempo quiser e participar de salas de relacionamento, sem que procure saber com quem sua filha está se comunicando.

O que aconteceu com Rachel, que nos perdoem seus pais, foi muita omissão por parte de seus responsáveis. Criança nesta idade mente muito e tem imaginação fértil. Menina então, com esta onda de seios de fora e bundinha arrebitada cheia de tatuagens é o que mais tem na cidade.

Não estou dizendo que Rachel era uma destas, mas sabe Deus o que ela conversava com seus "amigos" na Internet e com quem ela se relacionava.

Tem mãe que acha que tudo isso é moda e deixa rolar até o dia em que a casa desaba.

Está na hora das autoridades legislarem sobre os limites dos menores na Internet e punir os pais relapsos que entregam seus filhos ao computador.

O outro aspecto marcante foi a inexistência de câmeras de segurança no maior terminal de passageiros de Curitiba. Como pode uma cidade moderna como a nossa, com câmeras espalhadas pelo centro da cidade, deixar de fora um dos locais de maior concentração de pessoas, como a rodoferroviária?

É lógico que não pretendemos dizer que a falta daquele equipamento é o responsável pelo crime, mas que ajudaria na solução dele não temos dúvida. Depois deste fato com certeza vamos ler na mídia que a Prefeitura de Curitiba estará instalando câmeras ( não serão câmaras como alguns estão dizendo) para conter a criminalidade.

Tudo bem. Será uma medida bem recebida pela população, mas para os pais, familiares e amigos de Rachel Maria Genofre, de nada adiantará a iniciativa, pois Rachel não já não existe mais.

2 comentários:

Anônimo disse...

esqueceu ainda de como uma mãe deixa uma filha de nove anos circulando pela rua sozinha.

Anônimo disse...

Choca-me também um comentário tão raso, vindo de quem vem. Como jornalista, deveria se informar mais antes de se pronunciar, fazendo uso de clichês.

FATO 1 = Rachel NUNCA teve acesso à sites de relacionamento desacompanhada. Sequer possuia sua senha do profile do orkut, por exemplo.Tanto que a tese de crime virtual não se sustentou em nenhum momento;

FATO 2 = Não somente a pequena, como a IMENSA MAIORIA dos alunos do IEP fazem o MESMO percurso do mesmo modo; as crianças maiores com as menores. Um percurso pequeno, no CENTRO da cidade, pelo qual circulam várias crianças, inclusive de outras escolas, todos os dias. Como nossos pais e muitos de nós sempre fizemos, até mesmo mais jovens que Rachel.

É impressionante a mania das pessoas em procurar responsabilizar as vítimas, e não os verdadeiros culpados. Diga-se de passagem, a IMPRENSA é a grande responsável por isso, pelo modo como expõe ardilosamente as notícias. Vemos isso todos os dias. Claro, acreditam essas mesmas pessoas, manipuladas pela mídia, que são sensatas e que estão imunes a tragédias como essa por conta das precauções que tomam (cercas elétricas, grades nas janelas, cercear o espaço dos filhos etc.) Esse é o raso senso comum. Substituir a educação, a educação pelas cercas, grades e neurose social. Prato cheio para os psicanalistas, inclusive.

A questão é que a falta de segurança pública e a omissão da sociedade é tão responsável pelo que aconteceu com a pequena, quanto o próprio assassino. O que aconteceu com a Rachel, poderia ter acontecido com qualquer pessoa, mesmo que esta voltasse de van para casa, com a mãe ou com o pai. Lembremos, inclusive, que a grande maioria dos casos de abuso acontecem dentro da própria família. E não são poucos...

Rachel era uma menina linda, inteligente, bem educada e instruída, e com orgulho não era uma "macaca de apartamento", filha de pais neuróticos que ao invés de educarem preferem a comodidade da omissão social ao fazerem a ode ao lema "criemos nossos filhos em bolhas, já que o mundo está perdido". Um dos hobbies preferidos de Rachel nada tinha a ver com a Internet: era estudar, ler e escrever na Biblioteca Municipal e jogar xadrez.

O que impressiona ainda mais é o fato de que, certamente, Rachel foi vista ao sair da escola, e por várias pessoas. Alguém se prestou a fazer alguma coisa? Nosso prefeito instalou várias câmeras de segurança na cidade, e eu pergunto: por que elas ficam voltadas apenas para as portas das lojas, e NUNCA para a porta da escola? E o policiamento da região CENTRAL da cidade, onde estaria??? E a direção do próprio IEP, por que não possui responsáveis para ficar nos portões da escola, acompanhando o movimento das crianças, durante entrada/saída da escola?

Mais do que um questionamento às colocações do blog, fica um alerta a todos: enquanto a sociedade continuar a não pensar e agir politicamente, com seriedade e tocando nos reais problemas que temos, casos como esse irão se repetir. E podem ter certeza, de nada adiantará você acompanhar seu filho por todos os lugares: se duvidar, pode ser morto e agredido junto com ele. É triste, mas é a realidade. Realidade que temos de mudar, pois o filho do vizinho não é responsabilidade só de seus pais, mas de toda a sociedade.